Você sempre me disse que sua maior mágoa era eu nunca ter escrito um texto sobre você. Nem que fosse te xingando, te expondo. Qualquer coisa... eu nunca te escrevi nem uma frase num papelzinho amassado.
Você sempre foi o único amigo que entendeu essa minha vontade de abraçar o mundo quando chega a madrugada. E o único que sempre entendeu também, eu dormir meio chorando porque é impossível abraçar sequer alguém, o que dirá o mundo.
Dei risada e lembrei que em todos esses anos, mesmo eu nunca tendo escrito nenhum texto para você, você continuou aqui... presente.
Eu não sei porque exatamente você não mereceu um texto meu, quando me deu meu primeiro cd do Vinícius de Morais. Ou quando me deu aquele com historinhas de crianças para eu dormir feliz. RSRS
Também não sei porque eu não escrevi um texto quando você apareceu naquela festa brega, me viu dançando no canto da mesa, e me disse a frase mais doida e linda ao mesmo tempo - “eu sei que você não gosta de mim, mas deixa eu te olhar mesmo assim”. E eu sempre amei infinitamente sua companhia , mesmo eu nunca tendo demonstrado isso. E, ainda assim, nunca, nunquinha, eu escrevi sequer uma palavra sobre você.
Até hoje. Até essa manhã.
Foi a primeira vez, em todos esse anos, que você simplesmente foi embora. Como se eu fosse só mais uma coisa da sua vida cheia de coisas. E acho que exatamente por isso o texto está aqui, escrito.
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